É necessária consciência coletiva para controle da emissão de resíduos no meio ambiente marinho

Fonte: Jornal da USP

Segundo Tito Monteiro Lotufo, é preciso também haver uma política rígida de Estado

É necessário haver uma política rígida de Estado e que seja efetiva no controle de emissão de resíduos no meio marinho – Foto: Freepik

O Especial Oceano desta semana, parceria entre o Jornal da USP e a Rádio USP e a Cátedra Unesco Para Sustentabilidade do Oceano, conversa com o professor Tito Monteiro Lotufo, do Departamento de Oceanografia Biológica do Instituto Oceanográfico (IO-USP), para falar sobre a conservação da natureza. 

Conforme explica Lotufo, o mundo começou a acordar para a questão dos ecossistemas ao longo do século 20, devido à industrialização progressiva. Um marco foi a introdução do DDT, primeiro pesticida moderno, o qual deu luz às discussões sobre os impactos nocivos desse composto na cadeia trófica. Outros marcos importantes foram a Conferência de Estocolmo, em 1972, e a Rio-92, que visaram a incorporar a agenda ambiental nas pautas públicas. 

O professor também destaca as tentativas de diminuição do uso de plástico a partir, por exemplo, da utilização de sacolas retornáveis, além da própria regulamentação governamental. Mas, para ele, “estamos muito distantes ainda de uma consciência realmente efetiva”, pois o principal desafio hoje é o das mudanças climáticas global.  

Como conservar

Segundo Lotufo, é necessário haver uma política rígida de Estado e que seja efetiva no controle de emissão de resíduos no meio marinho e no ordenamento da pesca e da ocupação da zona litorânea, de modo a incluir as unidades de conservação e a sociedade em geral, a partir de ações locais e uma coordenação nacional. “Deve haver relação de fluxo de informações contínua, não pode ser construída de cima para baixo e tem que coordenar as ações entre as diferentes escalas. Tem que ser construído com a participação de todos ”, afirma o especialista. 

“A gente vive em um planeta finito, confinado no espaço e que tem limitações intrínsecas. É muito importante que a gente cuide deste planeta para que a nossa própria sobrevivência possa se prorrogar”, finaliza. 

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