Equipe de projeto recém-aceito pela FAPESP realiza importante reunião na Base de Pesquisas do IOUSP em Ubatuba,SP
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- Publicado: Quarta, 11 Dezembro 2019
Esta primeira reunião, realizada na Base Norte do Instituto Oceanográfico da USP em Ubatuba, entre os dias 13 a 15 de novembro de 2019, faz parte do recém-aceito projeto temático FAPESP 2016/24946-9, “Mudanças no nível do mar e o Sistema Monçônico Global: avaliação por meio de testemunhos marinhos no Brasil” (Sea-Level changes and Global Monsoon System: Clues from marine cores in Brazil). Junto com todos os participantes brasileiros e estrangeiros, pretendeu-se organizar as atividades de preparação dos cruzeiros e decidir os chefes de coordenação científica, das medidas e das publicações para cada cruzeiro. Além disso, agrupou-se todos os coordenadores para decidir métodos de amostragem, protocolos de coleta, divisão de dados, compartilhamento de informações e responsabilidades de publicação.
As regiões tropicais constituem uma importante fonte de calor para as médias e altas latitudes. O sistema Oceano Atlântico-Atmosfera é singular, pois é o único sistema que atualmente transporta calor pelo Equador. Aqui propomos investigar mudanças paleoceanográficas, por meio da reconstrução de processos atmosféricos, oceanográficos e biológicos. A margem do Brasil é uma margem continental passiva e estável que se desenvolveu após a abertura do Oceano Atlântico central, no meio do Cretáceo. Um aspecto peculiar desta margem é que ela permaneceu tectonicamente "passiva" e aproximadamente na mesma latitude equatorial desde sua formação e, consequentemente, manteve continuamente um ambiente intertropical predominantemente oligotrófico.
Este projeto, que será realizado de 1/6/2019 a 31/5/2024, aproveitará esses atributos únicos para obter dados sedimentológicos, paleoclimáticos e paleoceanográficos de alta qualidade, propondo perfurar transectos na margem do Brasil desde a parte mais alta do declive continental até a planície abissal. Espera-se que os sedimentos forneçam microfósseis calcários e orgânicos, o que permitirá estudar a resposta dos ecossistemas tropicais a eventos climáticos e também, fornecer substratos independentes para as reconstruções do clima e do ciclo de carbono. Os sedimentos também conterão partículas finas eólicas, bem como sedimentos terrígenos, relacionados ao aumento do
escoamento, portanto, mais precipitações, que estão associadas ao Sistema de Monção da América do Sul como parte do Sistema Global de Monção. Isso será realizado mediante um transecto de profundidade em locais selecionados a partir de dados de reflexão sísmica, integrados com registros sedimentológicos de alta resolução para reconstruir as mudanças no nível do mar.
Link do projeto: