Durante o último século muitas comunidade biológicas e novos ecossistemas foram descobertos no mar profundo, em diversos oceanos ao redor do globo terrestre. Globalmente falando, o Atlântico Norte têm sido uma das áreas de mar profundo mais bem estudadas, devido ao grande número de instituiçoes de pesquisa renomadas, localizadas na América do Norte e Europa. Por outro lado, seu vizinho Atlântico Sul é ainda hoje uma das áreas menos conhecidas em relação ao ambiente de mar profundo, particularmente em termos de biodiversidade. 

 

monument wide c7adb47732eb3ae865d317af065e385c94e02661 s800 c85

Ambiente de mar profundo no Atlântico Norte, uma das regiões profundas mais estudadas do mundo.

 

        Com esta justificativa, foi idealizada e criada em 2013 uma parceria entre Brasil e Japão, para a colaboração na pesquisa dos ambientes de mar profundo do Atlântico Sul, incluindo as águas do sudeste brasileiro. Diversos institutos brasileiros de ciências do mar, entre eles o LAMP, se juntaram à JAMSTEC (Japan Agency for Marine-Earth Science and Technology) no desenvolvimento desta iniciativa, que recebeu o nome de Iatá-Piúna (do tupi-guarani "águas profundas e escuras"). Para o projeto foram utilizados o navio de pesquisa Yokosuka, e o submersível Shinkai 6500, ambos do instituto japonês, que realizaram a primeira investigação biológica e geológica da história do Atlântico Sul utilizando submersíveis tripulados.

  

     6k 002 l        Koichi DSCF0625 23 1

À esquerda, o submersível Shinkai 6500 do instituto de pesquisas japonês JAMSTEC,  construído em 1990 com capacidade para dois pilotos e um pesquisador, podendo chegar a até 6.500m de profundidade. À direita, o professor Paulo Sumida prestes a embarcar no submersível para um dos mergulhos em mar profundo.

 

       Entre os dia 13 de abril e 24 de maio de 2013, foram finalmente realizados os cruzeiros científicos do projeto Iatá-Piúna no Brasil, com o principal objetivo de estudar os ecossistemas de mar profunda associados com certas características geológicas do fundo do mar. As áreas de estudo foram a Elevação de Rio Grande, a Dorsal de São Paulo e o Platô de São Paulo, tendo sido realizados um total de 16 mergulhos com o submersível Shinkai, além de dezenas de horas de vídeos gravados e diversos organismos e objetos de interesse coletados.

 

Captura de Tela 2018 07 04 as 17.56.26

Localização das regiões estudadas pelo projeto Iatá-Piúna, ao largo das costas sudeste e sul do Brasil. Os locais dos mergulhos foram a Elevação de Rio Grande (Rio Grande Rise), Dorsal de São Paulo (São Paulo Ridge) e Platô de São Paulo (São Paulo Plateau).

 

       Confira também os Resultados, Fotos e Vídeos do projeto Iatá-Piúna.